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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Meu Erro

Tudo bem, eu já sei. Não precisa mais ficar emburrado, virar a cara, reclamar comigo. Eu entendi. Meu erro foi esse, foi isso. Foi ter nascido no dia 8 de novembro de 1990, uma quarta-feira, às dez e trinta e cinco da manhã, de parto cesária. Uma menina, cheia dos cabelos, sem nem um dente, que gostava de tomar banho. Foi ter crescido brincando de boneca e de ser cantora, usando os perfumes e os desodorantes como microfone. Onde é que eu estava com a cabeça?!

Também foi um erro crescer muito próxima à minha mãe e pouco ligada ao meu pai. Como se não bastasse, também fiz da minha avó o meu porto seguro para os momentos mais críticos. E a proximidade com minhas primas?! Com certeza todas aquelas noites de férias regadas a pipoca, coca cola e programas proibidos para menores de 18 anos me fizeram crescer assim, desse jeito.

Errei quando desisti de ir estudar na Fundação Bradesco e decidi que seria melhor me matricular no Fernão Dias Pais. Pior ainda foi não ter escolhido um curso técnico no colegial. 

Errei ao cantar naquele festival, ao fazer e desfazer bandas, ao desistir do teclado. Mas, nesse aspecto, acho que meu maior erro é preferir Rolling Stones aos Beatles. Na verdade, o que eu ouço mesmo é AC/DC. Bom, você sabe, no fundo meu erro é ouvir de tudo, de Jorge e Mateus a Aerosmith. E gostar disso. E ser feliz assim.

Com certeza meu erro foi ter corrido na chuva aquele dia e arrebentado meu joelho no asfalto quando caí. A marca está aqui até hoje para provar e me lembrar. E, ainda assim, consegui rir da história, mas isso eu não acho errado.  

Grande erro mesmo foi ter achado que eu nunca me apaixonaria por você. Que eu nunca sentiria falta do seu carinho e da sua companhia. Isso faz muito tempo, é claro. Há anos me dei conta de que seu sorriso é essencial para mim. Errei quando não levei a sério e quando se tornou sério demais. Errei quando machuquei, quando curei, quando te fiz chorar e quando te fiz sorrir. Sim, você pode não ter percebido isso no momento em que seu cérebro recebeu o impulso e seus músculos trabalharam até seus dentes aparecerem, mas eu estava errando bem ali na sua frente.

O primeiro gole de caipirinha com certeza foi um erro. Tão errado quanto passar mal ao beber cerveja ou café. Quem nesse mundo é capaz de viver sem cerveja e café?!

Por favor, não tente me consolar, eu sei que sou feita de uma conjunção enorme de erros. Como quando decido qual roupa vestir, qual frase falar, qual passo dançar. Como quando acordo e tento com todas as forças viver minha vida e seguir em frente.

Eu deveria abrir mão de tudo isso, me enclausurar, me calar. Mas eu não consigo. Por mais que eu tente, tem sempre uma força que me puxa de volta para o caos, que me tira do eixo para que eu tente me recolocar. E assim eu vou convivendo com esse erro que, me desculpe, eu nunca vou conseguir reparar. Esse erro que é ser eu.

Well, it sucks to be honest and it hurts to be real

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