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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Segunda-feira

Depois de uma semana de cão, tudo o que eu queria era sentir meus pés confortáveis e quentinhos, dentro de casa. Também ajudou o fato de ser tudo sem pressa, com carinho, com palavras bonitas e gentilezas ao pé do ouvido.

Começamos o dia de hoje com um saldo positivo de beijos, abraços e declarações, mas infelizmente os trabalhos da faculdade sofreram uma queda no percentual de produtividade.

E assim a vida continua: gastando rios de dinheiro na C&A, recebendo salário, sentindo saudade, ouvindo as músicas de hard rock que o colega do setor indica (sem se preocupar com o que a letra diz), buscando um caminho diferente para o mesmo fim.

Eu não tenho pressa.


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sexta-feira

Passei a semana procrastinando um texto sobre o Dia dos Namorados para o jornal do trabalho, mas hoje ele tem que sair.

Esses cinco dias foram uma mistura de Mr Brightside com Between You And I. Teve um pouco de Miserable At Best, mas a conclusão que tirei é essa: Não É Fácil. E o Grooveshark me classificou como obcecada pelas duas primeiras músicas citadas, mas eu não concordo.

E ainda estou tentando entender a grosseria do e-mail forçado, daquela porra de música ruim que eu obviamente não perdi meu tempo ouvindo com medo de faltar o ar quando o cara começasse a cantar a segunda estrofe.

Cinco dias tirando conclusões para depois tentar esquecê-las; engasgando com minhas próprias palavras e desejando que você pudesse engolir as suas apenas para sentir o veneno; sorrindo porque lembrava de coisas bobas; tropeçando no nosso orgulho; fechando os olhos para encontrar você, mesmo que eu não quisesse em nenhuma das noites a incerteza da sua companhia. Acho que não aprendi a esperar, mas tudo bem.

Comecei a ler um livro sem graça que está sendo ótimo para me distrair. Também pensei em vários textos para o blog, mas nenhum vingou. Algumas vezes parei para pensar no que você poderia estar pensando e me perdi.

Estranhei. Estranhei muito. E encontrei morangos mofados na geladeira.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Erro

Como numa gangorra ou numa balança, tudo o que precisava para subir era um impulso. E lá do alto, sentindo o vento no rosto, não haveria medo. Ela poderia gritar a plenos pulmões cada um dos segredos que estavam sufocando o peito há tempos, sem se importar com quem a ouvisse. Simplesmente porque ninguém a ouviria. Assim ela pensava.


E quando lhe deram o empurrão, não teve dúvidas. Sentindo-se injustiçada e machucada, achou-se no direito de machucar também. E mesmo sem ser essa a intenção, só enxergou as consequências quando não havia saída.

O dia ficou escuro e, em silêncio, ela se arrependeu. Cansou de procurar por motivos que pudessem justificar o erro. Engoliu a seco a mágoa que causou e se escondeu. Não que achasse certo ou melhor desaparecer, mas ela sabia que todos precisam de tempo e que às vezes, só ele é capaz de curar as feridas.

E então, sabendo palavras não seriam o suficiente, decidiu provar em gestos que nenhum defeito, nenhuma diferença entre aqueles que ama mudaria o que ela sente. Amor, puro e simples.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Coadjuvante

Sentada em seu lugar seguro, ela via a confusão que se desenrolava a beira do precipício. Tentou não rir, mas foi difícil tamanha a tolice dos dois personagens principais.


Apontados os erros, feridas remexidas, não houve vitória, apenas o sabor amargo de saber que estavam errados, que foi errado e que tão ou mais errado era cobrar um do outro aquilo que nunca puderam dar.

Ficaram as fotos bonitas, as histórias divertidas e os amigos em comum, mas as peças do quebra-cabeça continuaram fora do lugar; talvez nunca mais voltem a se fixar. Quem ousaria tentar juntá-las, afinal? Talvez seja melhor assim mesmo: longe e confuso, como se não passasse de um sonho desconexo.

E acordaram os dois, com um peso enorme no lugar do coração. Confusos, notaram que o precipício tornara-se raso. Havia meia dúzia de mãos estendidas para ajudá-los e eles tinham força, apesar da dor.

E ouviram músicas, e choraram rios, e criaram barreiras. E viveram. Viveram para sempre, sem nem notar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Documento1

O que me importa?

É tão bom e é tão ruim finalmente descobrir o que está errado. Dói tanto perceber que aquele olhar atravessado de um segundo significou horas de tortura para quem você ama. É difícil pensar que poderia ter sido diferente se isso ou se aquilo. Se nada.

O que me importa?

É normal agir por impulso, eu acho. Acredito que todos fazem isso, uns menos que os outros. E enquanto eu agia por impulso, você me protegia de tudo, das mágoas e dos excessos. E eu te ajudava a construir um enorme muro no qual, sem saber, eu ficava do lado de fora.

O que me importa?

Eu deveria saber que as pequenas coisas são realmente importantes. Em meio aos porquês eu esqueci as ligações, os planos sérios, as declarações escondidas e tudo aquilo que fez dessa época uma coisa única. Única em todos os sentidos. Eu não consigo ficar triste ao olhar pra trás.

O que me importa?

Difícil é imaginar o futuro. Sem mãos dadas, sem abraços, sem brilho nos olhos, como é que a gente consegue reconstruir? Ou melhor, como é que vamos destruir o tal do muro? É tarde, seus olhos dizem. Eu queria conseguir ler mais fundo.

O que me importa?

E se eu quero errar mais mil vezes é porque sei que vou acertar em um milhão. E vai ser fácil, como no início. Ou vai ser difícil, mas não menos prazeroso. E tudo pode voltar ao lugar, se você ainda se importar. Vai dar certo.

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