O que você procura?

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Carta aberta

Você deve estar se perguntando como é para mim, saber que você está de volta na minha vida, aliás, na dele.

Vamos deixar uma coisa clara aqui: eu sequer te conheço.

É verdade que nos vimos duas ou três vezes há uns anos atrás. Acho que chegamos até a nos cumprimentar, mas não vem ao caso. O máximo que eu sei... aliás, sejamos justas, o máximo que consigo interpretar de você, de acordo com o que ouvi dizerem, é que você é uma garota mimada, ciumenta, estressada e confusa. Eu posso ser um pouco de cada uma dessas coisas, dependendo do meu estado de humor, o que poderia causar uma simpatia em algum momento, embora isso nunca tenha acontecido.

Desculpe, não sei ir direto ao ponto.

Há alguns meses atrás, na verdade, enquanto tentava ignorar o fato de ter alguém 24 horas por dia, sete dias por semana, tentando estragar aquilo que era bom, eu me perguntava se não seria melhor que você estivesse próxima, me odiando, ao invés dessa pessoa. Muitas vezes cheguei à conclusão que sim, seria melhor. E então veio a notícia. Vocês se viram e se acertaram e eu deveria estar feliz.

No fundo, fiquei contente. Inventei algumas conversas entre nós e as maquiei com desculpas, fatos engraçados daquela época em que não nos falávamos, mas sabíamos muito uma da outra, brincadeiras entre nós duas e entre nós três.

Juro, tantas vezes tive o impulso de te adicionar no twitter ou no facebook, de me aproximar, de mostrar que eu não sou nada daquilo o que você provavelmente acha que sou. E, ao mesmo tempo, desejava descobrir que você também poderia ser engraçada, divertida e compreensiva quando quer ou com quem gosta. Cheguei a desejar que você gostasse de mim. Hoje isso parece besteira para mim e minha única certeza é a de que você continua me odiando. Bom, eu não me lembro de ter dado motivos para o contrário, então está ok.

Desta forma, eu continuo minha vida. Às vezes, finjo que você não existe. Outras vezes, não tem como, eu preferia que você tivesse explodido nesses anos que passaram. Também tenho meus momentos de "tudo poderia ser diferente", é claro. No fundo, seria melhor te encarar logo, mas quando? Eu não sei. Não vou dar primeiros passos para algo que pode me levar a lugar nenhum. Eu espero que essa oportunidade apareça, mais cedo ou mais tarde. Espero que você se arrependa de cada palavra torta sobre mim, de cada briguinha à distância, desses anos todos tentando me afastar.

Sinceramente,

a última pessoa no mundo que você gostaria de ver ao lado dele.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Férias

Eu nunca vou saber se as coisas realmente se acertaram, mas prefiro pensar que elas nunca estiveram certas nem nunca vão estar, só porque a vida é isso mesmo, toda errada. Ou porque "Deus escreve certo por linhas tortas" e coisas do tipo. Não importa.

As minhas férias estão aí, aliás, aqui. Quando menos percebi: 9,5 na pré-banca! Meu orgulho só cresce no que diz respeito a esse trabalho e ao grupo que eu tenho a maior sorte em fazer parte.

Comprei alguns livros (ok, muitos. Essa é a segunda coisa que está contribuindo para a minha falência. A primeira são os shows.) e espero conseguir assistir ao menos cinco filmes no cinema. Também quero assistir as temporadas perdidas de duas séries: Gossip Girl e Glee. Também preciso organizar minhas atividades complementares que ficaram de lado durante todos esses semestres, mas que agora não posso mais adiar ou adeus diploma!

Acho que essa é uma lista modesta de coisas para fazer nas férias.

Eu não costumo planejar, mas dessa vez não sei como vai ser, então é melhor me prevenir do que ficar sem ter o que fazer, corroendo no tédio (difícil em tempos de Tumblr e Twitter, mas enfim) as férias inteiras.

No fundo, acho que isso é medo. Medo de ficar de lado, de ser a segunda opção, de sentir falta de como foi um dia. Medo de não sentir falta de nada.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sobre o menino

Basta um gesto, uma palavra, e lá está ele. O mesmo de um tempo atrás. Então você se apega a esse momento, agarra-o com todas as forças, o máximo possível. Mas a lembrança vai se apagando, sumindo no meio do dia, escorregando entre as mãos. E você perde esse segundo. E você o perdeu novamente.


me entrega ele pra cuidar, eu sei guardar segredo, eu sei amar

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ocupado

Ela estava há horas parada naquele mesmo lugar. Tinha ligado antes de vir, mas não obteve resposta. Resolveu ir do mesmo jeito.

A rua estava vazia, o que não era comum para aquela região, mas ela ignorou.

Bateu os nós dos dedos na porta pela primeira vez e esperou. Esperou até não poder mais e bateu novamente. E outra vez. Com mais força; com a mão toda; com o pé, quando já estava de saco cheio.

Sentou-se em frente a entrada da casa, cansada. O sol batia forte na alma, mas ela não fechava os olhos. Tentou ligar novamente, mas mais uma vez ninguém atendeu.

Precisava dizer alguma coisa, mas nem se lembrava o que era. Chegou à conclusão de que falaria qualquer bobagem que viesse a cabeça, só por falar, só para lembrar. Apenas desejando ouvir sua voz. Queria saber se ainda sentia saudade. Queria saber se ainda seria quente e delicado aos ouvidos.

Sentia falta da sensação de calor e proteção, de brincadeiras bobas para se distrair da rotina chata do trabalho.

Bateu novamente, agora sem tanta força. Não que ela estivesse desistindo, apenas não tinha mais forças, uma coisa comum de todo ser humano. E ela é tão humana!

Encostou o ouvido na porta e prendeu a respiração, esperando ouvir um suspiro que fosse. Esperou até o rosto ficar roxo, até o corpo gritar por oxigênio.

E respirou novamente porque precisava ir para casa.

Enquanto se despedia em silêncio, aguardava a hora de voltar e tentar novamente. Porque ela sabia que ele estava lá, em algum lugar. Apenas ocupado demais para ouvir.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Pensamento

Am I just another scene from a movie that you've seen one hundred times?


Acho até engraçado que eu não consiga mudar ou me livrar desse hábito de esperar demais dos outros. Às vezes eu queria voltar no tempo e descobrir se algum dia isso correspondeu às minhas atuais expectativas, mas sempre desisto no segundo seguinte por que:

1) Naquela época eu não era como sou hoje;

2) Tenho medo das conclusões que posso tirar.

Acho mesmo que vale mais a pena viver o hoje. Não (só) porque tenho medo de olhar pra trás, mas porque a vida tem me mostrado isso. É mais fácil. Porque sempre que você lembrar do passado, as lembranças mais dolorosas são aquelas que vão ficar mais claras. De tão distorcidas, algumas boas lembranças parecem até sonhos.

E o pior (ou seria melhor?) é quando num segundo a pessoa te decepciona e no outro está te fazendo muito feliz. Você fica achando que o erro é seu, mas nem é. É só seu jeito. Muito provavelmente isso vai mudar. E se não mudar, alguém nesse mundo enorme vai ter que te aceitar. Quem sabe esse alguém que está do seu lado agora?

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Vai Passar

Hoje você só quer ir pra casa e chorar um rio no colo da mãe, receber carinho na cabeça e conselhos do tipo "vai dar tudo certo, você vai ficar bem." Mas tem trabalhos pra fazer, tem horários a cumprir, tem o nó na garganta que atrapalha, não tem o único abraço que completa.
E você só tentando ser feliz por pelo menos cinco minutos, enquanto o mundo continua girando. E quando você para pra pensar, percebe que ele dá mesmo voltas. E a situação de agora é a última que você poderia prever.
Related Posts with Thumbnails