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segunda-feira, 14 de março de 2011

Fez-se necessário - I


Abrir mão de coisas que você ama é difícil. Por exemplo, mesmo que minha mãe tivesse uma doença altamente contagiosa eu ficaria do lado dela, literalmente, até o fim. Agora, se eu soubesse que um pedaço de chocolate poderia me matar, eu não comeria mais. Simples assim.

Coisas que você ama x Coisas que você gosta

Vamos pensar de uma outra forma: eu gosto de chocolate, chocolate não me faz nenhum mal, pelo contrário, faz um bem danado e acaba com meu estresse! Porém, mamãe tem alergia. Suponhamos que ela não possa nem chegar perto desse pedacinho do céu. E aí, o que eu faço?

Obviamente, eu como o chocolate escondido!

Um, dois, três tabletes. Lambuzo os dedos, a boca, o rosto. Não parece ainda mais delicioso quando a gente não pode? Mesmo porque, se a gente for pensar, quem não pode comer é a minha mãe e não eu.

E assim vai, eu me enchendo chocolate escondida e minha mãe feliz, afinal, o que os olhos não veem o coração não sente, não é mesmo? E, por mais que eu saiba que posso viver sem ele, vou continuar comendo, só porque eu sei que, se fizer tudo escondido, minha mãe nunca vai saber.

Ok, esse não foi o melhor exemplo que eu poderia dar, mas tentem compreender.

A questão é: não consigo alcançar a importância que a porra do "chocolate" tem para X. É amor? Por que descobriu só agora então?

Por que você não para de fazer algo mesmo sabendo que machuca, que desgasta?

Tudo questão de vaidade? Um plano B para o caso do outro doce - aquele que é prioridade, pelo menos no momento - acabar?

Eu parei para analisar a situação várias vezes, na verdade. No caso, essa coisa de não conseguir abrir mão de algo. Além de querer entender o que acontece, trabalhei nas justificativas, no por que eu deveria deixar passar. E então eu tenho tudo isso, mas enquanto a cabeça fala uma coisa, o coração age de outra forma. Ou o contrário, porque de uns tempos pra cá tenho achado que é a minha cabeça que está contra mim.

Não sei se deveria fazer isso, mas vamos lá jogar as coisas na cara dos outros: eu abri mão de um milhão de coisas por N motivos e, por mais que eu pense, não me arrependo de nada, em nenhum momento.

E essas coisas significavam MUITO. Essas coisas eram o futuro que eu queria para mim, fosse como hobby ou profissão. E eu sei que X também não alcança a importância dessas coisas para mim. E eu entendi, aceitei, abri mão.

Enfim, abri os olhos.

Tornando a conversa mais aberta novamente, vou ficar um pouco mais filha da puta já que de idiota o mundo tá cheio. E eu nem sei o que isso significa porque esqueci como era a vida antes do que eu tô vivendo agora.

Provavelmente eu machuque mais porque essa brincadeira de só levar na cabeça perdeu a graça. Aí eu vou começar a gostar de procurar as coisas, juntar provas e fazer uma besteira bem grande só para depois poder dizer "Mas foi você quem começou!"

E é pode ser que isso não seja muito minha cara, então eu vou só dizer tchau para o que eu amo.

E aí X pode ficar com o que gosta. Vamos ver o que vale mais a pena?

Por mim, tudo bem.

These feelings I can't shake no more

These feelings are running out the door
I can feel it falling down

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