Quero aprender a não querer dar colo, carinho, abraço, apoio. Quero
cegar os olhos da alma, que enxergam tão fundo toda a insegurança.
Preciso esquecer aquilo tudo tão bom e esquecer aquilo tudo tão mal e
tudo o que é difícil de esquecer.
Vou dar tempo ao tempo e o tempo é você. Pra respirar, pra que te ame e
me odeie, pra machucar, pra descobrir outros corpos e outros olhos, eu e
você.
Vai ter riso, vai ter choro e vai ter fuga. É um milhão de músicas
tocando ao mesmo tempo, formando um só som que a gente não sabe o que é.
Pode ser que sim, pode ser que não. Vai tocando e a gente vai ouvindo
até conseguir escutar de verdade.
Escrever não é opção, meu amor. Bem queria eu deixar o coração
quietinho, seu pensamento bem distante do meu, criando histórias e
decifrando códigos. Deixa eu aqui falando com paredes que é melhor. Um
dia me ouve, um dia lê e ri de mim, assim, com sorriso bonito que tudo
fica bem.
Enquanto isso fico alagando o quarto, escondendo bilhetes, criando
mágoas e as desfazendo, sorrindo grande, chorando alto, tudo pro meu
prazer. E o dia só fica bom lá pelas 9h30 que é quando percebo o tamanho
do mundo e o tempo a esperar.
Olha pela janela que tá um lindo dia frio lá fora. Dia desses de abraçar
forte, proteger o corpo da chuva, afastar a mágoa e vestir a camiseta
preta cheia de bolinhas brancas de tecido só pra tirá-las uma a uma
durante o dia. Distração.
Não seja injusto, meu amor. O calor se foi só para você sorrir e não pra me fazer chorar.
Tenha cuidado. Penso com carinho em você. Pense com carinho em mim.- CFA
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