- O tio Pedro morreu.
- Agora ela vai lá para o céu!
- Mas como ele vai pra lá? Esse carrinho voa? Olha, aqui nem tem asa! Como ele vai fazer?
Assim, sem escalas, ele foi. Na nossa frente, sem pedir ajuda nem dizer que iria.
Acho que foi rápido, mas prefiro não pensar.
Vai fazer falta. Mesmo que estivesse dando um trabalhão danado!
- Vô, pára com essa Coca Cola!
- Pô pai, tá comendo a sobremesa de novo?
- Precisa de tanto sorvete, seu Pedro?
Definitivamente, o Pedroca tinha mudado. Falava pouco e não fazia piada. Ficava emocionado por qualquer coisa.
Mas naquele dia ele sentou na calçada e deu todos os palpites sobre como o Ri deveria lavar o carro. Ele olhou pela porta do banheiro e elogiou a Vovó. Não houveram trapalhadas para abrir ou fechar o portão e todos ficaram prontos em tempo, sem muito estresse. Na saída da igreja, uma última piada
- Ê Pedrão, tá bonito hoje, dá até uma meia sola!
- Meia sola? Sola inteira!
Adeus, Vovô! Obrigada por me levar à escola cantando e tornando o caminho menos massivo; obrigada pelas piadas de sempre que fizeram muita falta quando passaram a não existir mais; obrigada pelas vitaminas de mamão, pelos abraços, pelo amor.
E quando a gente se encontrar, espero que me conte o final da história a seguir:
"Era uma vez dois toureiros, Pablo e Hermano.
Ambos amavam a mesma mulher.
Certo dia, encontraram-se em uma praça.
Pablo tirou sua espada, Hermano também.
Pensa que eles se mataram?
Vou te contar como foi:
Era uma vez dois toureiros, Pablo e Hermano.
Ambos amavam a mesma mulher.
Certo dia, encontraram-se em uma praça.
Pablo tirou sua espada, Hermano também.
Pensa que eles se mataram?
Vou te contar como foi:
..."
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