Como numa gangorra ou numa balança, tudo o que precisava para subir era um impulso. E lá do alto, sentindo o vento no rosto, não haveria medo. Ela poderia gritar a plenos pulmões cada um dos segredos que estavam sufocando o peito há tempos, sem se importar com quem a ouvisse. Simplesmente porque ninguém a ouviria. Assim ela pensava.
E quando lhe deram o empurrão, não teve dúvidas. Sentindo-se injustiçada e machucada, achou-se no direito de machucar também. E mesmo sem ser essa a intenção, só enxergou as consequências quando não havia saída.
O dia ficou escuro e, em silêncio, ela se arrependeu. Cansou de procurar por motivos que pudessem justificar o erro. Engoliu a seco a mágoa que causou e se escondeu. Não que achasse certo ou melhor desaparecer, mas ela sabia que todos precisam de tempo e que às vezes, só ele é capaz de curar as feridas.
E então, sabendo palavras não seriam o suficiente, decidiu provar em gestos que nenhum defeito, nenhuma diferença entre aqueles que ama mudaria o que ela sente. Amor, puro e simples.
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