Sentada em seu lugar seguro, ela via a confusão que se desenrolava a beira do precipício. Tentou não rir, mas foi difícil tamanha a tolice dos dois personagens principais.
Apontados os erros, feridas remexidas, não houve vitória, apenas o sabor amargo de saber que estavam errados, que foi errado e que tão ou mais errado era cobrar um do outro aquilo que nunca puderam dar.
Ficaram as fotos bonitas, as histórias divertidas e os amigos em comum, mas as peças do quebra-cabeça continuaram fora do lugar; talvez nunca mais voltem a se fixar. Quem ousaria tentar juntá-las, afinal? Talvez seja melhor assim mesmo: longe e confuso, como se não passasse de um sonho desconexo.
E acordaram os dois, com um peso enorme no lugar do coração. Confusos, notaram que o precipício tornara-se raso. Havia meia dúzia de mãos estendidas para ajudá-los e eles tinham força, apesar da dor.
E ouviram músicas, e choraram rios, e criaram barreiras. E viveram. Viveram para sempre, sem nem notar.
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